A inteligência artificial (IA) já faz parte do nosso dia a dia, transformando diversos setores, inclusive o marketing digital. Com o rápido avanço e a crescente facilidade de uso das IAs, especialmente após o surgimento de programas como o GPT, a forma como encontramos e usamos informações passou por uma grande transformação.
Essa mudança não afeta somente as buscas na internet, ela mexe também com o mundo dos anúncios online. E essa situação nos leva a perguntar: como as IAs vão continuar a moldar o futuro da publicidade na internet? Qual será o impacto das IAs nos anúncios online?
A transformação do comportamento de busca
Nos últimos anos, a maneira como buscamos coisas na internet mudou muito por causa das IAs. Por exemplo, ferramentas como o ChatGPT e o Gemini (antes chamado de Bard) estão dando uma nova cara à experiência do usuário, oferecendo respostas personalizadas e rápidas.
Esse novo cenário levou o próprio Google a se reinventar, lançando recursos como as “visões gerais de IA”.
O que são essas “visões gerais de IA”?
Essas visões gerais de IA reúnem informações de várias fontes e entregam respostas diretas ao usuário. Atualmente, elas já somam mais de 1,5 bilhão de usuários mensais em mais de 100 países. O objetivo? Melhorar a experiência de busca, tornando-a mais rápida e eficiente. Mas isso também traz implicações profundas para quem depende de tráfego – orgânico ou pago.
E o que isso tem a ver com os anúncios online?
As Visões Gerais de IA impactam diretamente o ecossistema de anúncios e tráfego online, modificando o comportamento do usuário dentro da página de resultados.
Recentemente, a Bloomberg publicou um artigo comentando que as respostas geradas por IA, agora onipresentes — e a forma como o Google alterou seu algoritmo de busca para integrar essas respostas — fizeram com que o tráfego para sites independentes despencasse, de acordo com entrevistas realizadas com 25 editores e pessoas que trabalham com eles.
A fonte esclarece que isso está rompendo uma delicada relação simbiótica que existe há anos: se as empresas criam um bom conteúdo, o Google envia tráfego para elas.
Diante disso, muitas editoras passaram a considerar o encerramento de suas atividades ou a reinvenção de suas estratégias de distribuição, um ciclo que, segundo especialistas, pode acabar afetando negativamente a qualidade das informações que o Google acessa para seus resultados de busca — e para alimentar suas respostas de IA, que às vezes ainda contêm imprecisões que as tornam um substituto insatisfatório para o conteúdo das editoras.
A Bloomberg ainda apontou que a queda no tráfego foi amplamente sentida em toda a web, abrangendo tópicos como moda e estilo de vida, viagens, “faça você mesmo”, design de interiores, culinária e outros. Mas o Google acabou negando que a implementação do AI Overviews tenha prejudicado o tráfego dos sites, afirmando que é “enganoso fazer generalizações sobre as causas” do declínio do tráfego “com base em exemplos individuais”.
Será mesmo? O que podemos depreender disso é que, quando as respostas já aparecem prontas, os cliques — inclusive nos anúncios pagos — tendem a cair.
Quero dizer que o tráfego tanto para sites quanto a performance dos anúncios tradicionais podem diminuir. Surge, então, o desafio de as marcas repensarem suas estratégias, para novos formatos de anúncios integrados à experiência da IA — mais inteligentes, mais contextuais e, claro, potencialmente mais lucrativos.
O nascimento do “GPT Ads”
A ideia de “GPT Ads” está ganhando espaço nas discussões de marketing digital.
Esses anúncios seriam gerados e otimizados por IAs, oferecendo conteúdos altamente personalizados e relevantes aos usuários. O impacto das IAs nos anúncios online está, portanto, orientado para a personalização de massa. Levanta, inclusive, questões sobre as métricas de ranqueamento e qual será o papel dos algoritmos na divulgação de anúncios.
Em outras palavras, uma evolução da publicidade programática: em vez de focar apenas dados demográficos, a IA cruza comportamentos, contextos e preferências em tempo real, criando anúncios personalizados para cada usuário, com precisão inédita.
Benefícios e desafios do impacto das IAs nos anúncios online
Segundo relatório da McKinsey, cerca de 65% dos profissionais de marketing já utilizam inteligência artificial de alguma forma em suas estratégias — seja na automação de tarefas, seja na personalização de campanhas. No entanto, a adoção total ainda é limitada, e a curva de aprendizado continua sendo um obstáculo real.
As vantagens são inegáveis: maior personalização, segmentação mais precisa, aumento da taxa de conversão e melhor retorno sobre investimento.
Não podemos deixar de mencionar que há desafios importantes, como a proteção da privacidade do usuário, a transparência dos algoritmos e a necessidade constante de atualização por parte dos profissionais de marketing.
No mercado, a introdução de novas tecnologias e formatos publicitários, como os “GPT Ads”, pode aumentar a concorrência, o que geralmente é positivo, pois força a inovação e pode reduzir custos para os anunciantes devido a um aumento nas opções de fornecimento de anúncios.
O futuro da monetização na era das IAs
O impacto das IAs nos anúncios online claramente estende-se para além da simples entrega de anúncios. Ele redefinirá os modelos de monetização na web.
Em vez de depender apenas de cliques e impressões, as campanhas poderão usar indicadores mais sofisticados, como engajamento do usuário e contexto situacional.
Mantendo a competitividade, as gigantes tecnológicas podem desenvolver suas próprias plataformas de publicidade baseada em IA.
Podemos visualizar aqui uma integração perfeita: a IA pode ser a chave para integrar anúncios de texto, vídeo e áudio de maneira totalmente otimizada, redefinindo a lógica de exibição de conteúdo publicitário, como jamais vimos.
Conclusão: adaptar-se ou ficar para trás!
O impacto das IAs nos anúncios online vai além de uma simples mudança de formato, é uma transformação estrutural da publicidade digital. Enquanto nos movemos nessa direção, a evolução dos “GPT Ads” é algo a observar atentamente. Embora os desafios sejam significativos, encontramos aí grandes oportunidades – um cenário bem promissor.
Essa mudança de comportamento inevitavelmente trará consequências significativas para os anúncios online, exigindo uma adaptação urgente por parte de anunciantes e plataformas para estabelecer uma vantagem competitiva.
Nesse novo mundo moldado pela IA, quem hesita perde relevância, e quem inova lidera. O ponto-chave é investir em tecnologia e formação continuada para navegar eficientemente neste ecossistema habilitado por IA. Que outras agências vejam o céu como limite. Porque para a Agência Rei e para aqueles que almejam o verdadeiro domínio do tráfego com IA, o jogo apenas começou.